NOVAS POESIAS 02/07/10

Poetar

 

Uma vez perguntaram-me o que era poetar

Expliquei que não sabia, mas era fácil descobrir

É só parar e pensar

 

Poetar é amanhecer

Poetar é anoitecer

É ver nascer

É desaparecer

 

É ajudar um irmão

Vencer uma batalha

Achar dinheiro

Achar coragem

 

Poetar é aguardar

Poetar é conseguir

É ver o sonho tornar-se

É sentir um carinho

 

É atravessar uma rua

Admirar uma estrada bonita

Ajudar a velhinha

Rir com a criança

 

Poetar é escutar

Poetar é compreender

É assistir a vida

É ler uma poesia

 

É estudar sem obrigação

Descobrir uma nova estrela

Sentar no sofá

Conversar com o vizinho

 

Poetar é ler mil livros

Poetar é encantar

É assistir a um bom filme

É ver a vida passar

 

É rir de si mesmo

Rir de uma criança

Rir da própria sorte

E achar a esperança

 

 

 

Ode á lua

 

Quando vejo surgir a curtos passos

No horizonte escuro a luz da lua

Apagando o brilho das estrelas e

Radiando a alma dos poetas

Percebo, então, que ela não é mais minha

Na verdade, já foi de tantos

E de tantos continuará sendo

Já foi cantada em tantos versos

Quem sou eu para homenageá-la?

Só queria que ela me visse

Sentisse o que eu sinto

Sonhasse o que eu sonho

E não ficasse tão só como agora estou

Pois ela está lá

Cercada de astros

Nem chega a ser o maior

Mas na referência de quem ama

Ela é inigualável

Incomparável

Insubstituível

Ah, o amor!

Quem sabe a lua não foi criada como uma ode ao amor?

Para fazer brilhar as pupilas dos apaixonados

Ou quem sabe ela não foi criada para iluminar o caminho dos desamparados?

Não importa

Aos olhos de quem vê, a alma dá as formas

No caminho de quem sonha, o deliro é o combustível

A fé é quem guia

E a lua... A lua é a lua!